Comum no exterior, turismo hospitalar também funciona no Brasil

Brasilerios e estrangeiros procuram tratamento médico especializado onde a oferta de opções é maior e o custo mais baixo

Turismo Hospitalar
Turismo Hospitalar

Por motivos de força maior, o Turista hoje lhes escreve de uma cama hospitalar. São apenas uns poucos dias, para tratar de coluna e coagulação, duas patologias isoladas que aparecerem recentemente. Isto me inspirou a escrever sobre um assunto que há tempos me chama a atenção.

Há cerca de quatro anos, em uma conversa informal com um cirirgião plástico na USP, estávamos falando sobre o turismo hospitalar e, então, as coisas começaram a fazer sentido.

Creio que todos nós já tenhamos assistido a documentários na TV onde um caso raro e complicado faz com que uma família passe a transportar uim paciente para as grandes metrópoles onde os “super-especialistas” se concentram. Para entender melhor o termo “super-especialista”, vamos tomar como base uma especialidade qualquer, a Urologia, por exemplo, que cuida do aparelho unirinário e órgãos reprodutores masculinos.

Depois que o médico se forma, ele escolhe uma especialidade na qual irá fazer a “residência” (Urologia, Otorrino, Plástica, Ginecologia, Reumatologia, Ortopedia, etc). Agora sim, o médico começa a se especializar ainda mais dentro de sua própria especialidade. Conheço Urologistas que são os áses da próstata, outros de litíase (pedra nso rins), outros em disfunção erétil. Mas ainda dentro de cada uma dessas super-especialidades, o profissional ainda pode focar ainda mais, conhecendo melhor que seu a maioria de seus colegas, um minúsculo detalhe da medicina. E isto é o que pode fazer a diferença para tratar de forma eficiente e rápida de uma doença que seja considerada complicada.

Turismo Hospitalar
Turismo Hospitalar

Estes “super-especialistas” são normalmente médicos reconhecidos internacionalmente pelo que fazem e pela quantidade pesquisas e trabalhos científicos que publicam. São os médicos que os médicos procuram quando ficam doentes.

O Turismo Hospitalar começa a fazer sentido no momento que os pacientes com a mesma patologia, que vivem em qualquer lugar do mundo, passam a procurar tratamento um desses áses, não importando onde ele esteja.

Para brasileiros, não há burocracia nenhuma, desde que busquem tratamento em território nacional. Porém estrangeiros que viajam para o Brasil ou brasileiros que viajam para o exterior, precisam de visto específico para esta finalidade em seu passaporte. Cada país tem suas próprias regras.

Em São Paulo, por exemplo, é possível alugar apartamentos adaptados para pacientes acamados ou cadeirantes por curtos períodos de tratamento, próximo aos mais importantes hospitais. Desta forma, evita-se o stress dos longos períodos de transporte, mobilização de ambulâncias aéreas e outros componentes que, além de dispendiosos, oferecem maior risco e incômodos ao enfermo.

Mas como escolher e eleger o seu médico? Esta já é uma questão um pouco mais delicada. Normalmente isto se faz por uma indicação do médico que já cuida do paciente e que, vai ajudar a família na identificação e escolha de opções. Além disso, a internet oferece uma quantidade infinita de informações e referências, não somente de profissionais, como também de centros especializados nestas “super-especiadades”.

Outra vantagem de usar um centro especializado ou de estar em um local onde há grande concentração de especialistas é o fato de conseguir mais facilmente a consultoria multidisciplinar e interdisciplinar. Na maioria dos casos, mais de um especialista cuida do paciente, cada um deles atuando de acordo com sua maior bagagem e experiência e aplicando o que há de mais moderno e atualizado em questões tecnológicas e médicas.

Assim como México, Cingapura, Costa Rica, Tailândia, África do Sul, Índia e Estados Unidos, o Brasil está na lista dos países procurados para turismo médico há mais de 20 anos e, ultimamente, devido ao custo reduzido dos procedimentos e grande qualificação técnica dos profissionais brasileiros, temos que desde 2004 o número de pessoas que procuram o Brasil para tratamentos médicos e de estética vêm crescendo gradualmente. Segundo dados do Ministério do Turismo, em 2008 foi registrado que 31.482 turistas entraram no país em busca de tratamentos de saúde. Em todo o mundo, essa prática têm gerado cerca de R$ 97 bilhões (US$ 60 bilhões) por ano. E os serviços e procedimentos que têm sido mais procurados nestas viagens médicas englobam: ortopedia, reabilitação, cirurgia plástica, dermatologia, oftalmologia, oncologia, medicina esportiva, e até transplante capilar.

Um grande empecilho aos estrangeiros que procuram o Brasil em busca de tratamento é a necessidade de um visto temporário de saúde (categoria V e ITEM 1 (Visto Temporário 1), expedido pelo consulado brasileiro no exterior, com base na resolução recomendada nº 02, de 5 de dezembro de 2000); onde o paciente deve anexar todo o seu histórico médico, entre outros documentos, à solicitação de entrada temporária no país e aguardar a resposta do Consulado Brasileiro referente à autorização para a emissão do visto. Porém, devido à burocracia e lentidão para obter tal autorização, muitos estrangeiros acabam optando irregularmente pelo visto de turista. E como os médicos brasileiros não são “obrigados” a solicitar tal visto temporário de saúde ao paciente estrangeiro (segundo informado pelo Conselho Federal de Medicina), os estrangeiros que desembarcarem no país sem este visto estão praticando uma irregularidade e estão sujeitos ao pagamento de multas, e até mesmo uma deportação.
Planejamento

Certamente, esta parte chega a ser tão importante quanto a escolha dos profissionais, clínicas e hospitais.

Deve-se planejar minusciosamente (e por escrito) qualquer item que esteja envolvido nos eventos das viagens. É necessário mentalizar, anotar, calcular e agendar cada médico, exame, hotel, transporte aéreo e terrestre, hospital, guia local, endereços, tempo gasto em trânsito, alimentação, roupas, receituário médico, medicamentos, documentos, dinheiro, exames anteriores, lista de perguntas, lista de assuntos e detalhes a serem discutidos e, inclusive, planos de contingência em caso de imprevistos ou de mudança de planos. Nada pode faltar. Portanto, relacione tudo e faça uma check-list extremamente detalhado e muito organizado antes de inicar a viagem.

Planilhe todos os custos envolvidos e consulte seu convênio médico ou seguro-saúde para descobrir o que está e o que não está coberto.

Entre as entidades mais procuradas para o turismo médico, podemos destacar o Hospital Albert Einstein, em São Paulo; os hospitais da Rede Sarah; empresas especilizadas em realizar turismo médico como a Sphera Internacional; o Consórcio Saúde Brasil (formado pelo Hospital Samaritano; Hospital Sírio-Libanês e Hospital do Coração de São Paulo; Moinhos de Vento, do Rio Grande do Sul; e o Hospital Brasília, no Distrito Federal).

 


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